segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ADEUS, MENINA MÁ


A menina má termina aqui suas confissões. Não porque não seja mais má ou porque não tenha  mais o que confessar. Simplesmente, porque ela mudou. E porque mudou, já não conseguia mais postar aqui. Essa é, pois, a sua última confissão.

Foram textos sinceros, vindos de sentimentos sinceros, dúvidas sinceras, crenças sinceras. E a graça da vida é essa, a gente a escreve e reescreve. Escolhe o caminho que quer viver, se gosta fica, se não gosta às vezes fica também. E muda, se não gosta, e se gosta também. Vira a página, dá uma guinada, enfim, estamos aqui para experimentar. E experimentando seguimos vivendo até o fim. 

Morre aqui meu amor pelo drama. A criança nerd e solitária que sempre fui talvez tenha lido romances demais. Sim, Cathy e Heathcliff, vocês destruíram suas vidas e isso não foi amor. Talvez  seja culpa dos Wuthering Heights, que deixavam tudo sombrio. Talvez por conta dessa violência tenebrosa dos Windy Moors vocês acreditassem que esse medo e essa loucura que os unia fosse amor. Só que não era não. Amor é o que faz a gente feliz. Que libera endorfinas, serotonina e oxitocina, hormônios do bem. Que nos faz produtivos, e não destrutivos. Drama não é amor. Sofrimento não é amor. Amor facilita a vida, não dificulta. Ninguém trata mal e abandona o outro por amor. 

O que a menina má tem a dizer em sua partida, é que, de tudo o que passou, ficou a descoberta tão simples de que o sentido da vida é procurar prazer. Prazer em tudo, seja nos relacionamentos amorosos, seja nas amizades, seja no trabalho, seja no lazer. Em tudo. Pense sempre nisso. Se na balança você estiver lutando demais para obter prazer, lutando sozinho, desista. A vida é cheia de opções, não gaste energia à toa. Talvez você esteja desperdiçando tanta energia em um só caminho, que não consegue perceber tantos outros que estão à sua frente. E tudo aquilo que é feito para funcionar, flui naturalmente. A adaptação é leve, sem sofrimento. Simplesmente, flui. Água parada apodrece. Ou dá mosquito da dengue e zika.

Isso não é uma apologia à preguiça não. Resiliente é aquele que não desiste de nadar a favor da corrente. Quem nada contra ela é só um teimoso. Ou um equivocado. Basta então procurar a correnteza certa. Para ir bem longe. Quem sabe voar?