Resolvi criar uma série sobre meninas más que amo.
E a primeira, não poderia deixar de ser, é Lily, de Mário Vargas Llosa, que inspirou o nome desse blog. Apaixonante e odiável ao mesmo tempo, ninguém consegue dizer se ela é vilã ou vítima. Afinal, é uma menina verdadeiramente má.
Segue uma resenha lindíssima feita por Fernanda Guimarães. Concordo com ela em gênero, número e grau.
Travessuras da menina má: o amor maior do mundo
Postado por O Livreiro em 17 de maio, às 09:44 em Amigos, Resenha das resenhas | Comentários (12) Olha, essa é uma menina muito má mesmo. Fez um homem sensato chamado Ricardo dedicar uma a vida inteira a procurá-la pelo mundo. E ser rejeitado de maneiras horríveis. E nunca desistir. O livro é sobre isso, sobre o amor mais verdadeiro de todos que já se viu. Mais que Romeu e Julieta.Dá pra resumir de um jeito bem novelístico. Ricardo é um peruano que conhece uma menina pobre e faceira, nos anos 50, em Lima. Ela se chamava Lily. O romance não foi muito bem, mas ele nunca conseguiu tirar Lily do pensamento. Mesmo quando a encontrou com outros nomes, personalidades, histórias, destinos, maridos, ideias de vida. E Ricardo passa A VIDA TODA apaixonado e pisoteado pela mesma mulher. Os nomes que ela adotou foram vários: Madame Arnoux, a japonesa Kuriko, Mrs. Richardson, Lucy Solórzano Cajahuaringa, a guerrilheira Arlette, nossa, uma vida sem limites. E em todos os lugares do mundo.
É um livro muito viciante. De todas as mulheres que lêem, todas viciam. Você fica muito dividida entre achar Ricardo um otário, um romântico que você quer pra você, a menina muito má, a menina muito sofrida, o amor muito injusto. O destino muito cruel.
Claro que não vou contar o fim, mas tenho que dizer que vale a espera. São tantos reencontros que o último tinha que ser mesmo o mais especial. Considero uma obra prima dos romances.Vale também prestar atenção na riqueza de detalhes que o autor, Mario Vargas Llosa, colocou na narrativa. Como já falei, a menina má mora durante a história em vários lugares diferentes e em épocas distintas. A maneira como ele detalha cada esquina, de cada lugar, Lima, Paris, Londres, Toquio, Madri, em cada ano, com os momentos históricos, a situação política, com cada olhar dessa menina me faz até pensar que o personagem é ele. E se sim, Mario Vargas Llosa sofreu mesmo de amor. E é historiador nas horas vagas.
Um livro pra morrer de amor.
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*Fernanda Guimarães dirige programas na MTV, e é roteirista. Escreve no blog Sem Dúvida, mas que está em hiato. Enquanto isso, coloca fotos e pensa na vida no Tumblr Tudo que eu Queria. O que mais lê é sobre jardinagem e casos de psicanálise, mas também tem convívio social.