Finalmente, a saga Crepúsculo chegou ao fim, ao menos nos cinemas. Pelo visto, com bem menos fôlego, porque não percebi a histeria que cercou os filmes anteriores. Mas, sei lá, também não convivo com tantos adolescentes assim.
E qual seria o motivo da histeria? Ah, os meninos, é claro. Opostos e bonitos, cada qual ao seu jeito, capazes de gerar debates femininos sobre quem seria o exemplar masculino perfeito. O musculoso e impulsivo lobinho ou o cavalheiro e sofisticado vampiro. Ambos apaixonados pela adolescente desajeitada e medrosa, disputando o seu amor e por isso mostrando o que de melhor possuem.
Bella Swann é uma mocinha bonitinha, mas não esplendorosa. Não possui nenhum atributo pessoal, nada que a distinga das demais mocinhas. Mas mesmo assim conquista o coração do ricaço misterioso e do fortão dedicado. Ah, o sonho de qualquer adolescente, dois príncipes encantados complementares a seus pés, sem que nada se tenha feito para isso, bastando apenas existir. Existir, com todas as suas inseguranças, medos. Mesmo assim, machos redentores estão ali, dispostos a cuidar de você, protegê-la de todos os perigos, desinteressadamente.
Muito confortável. Confortável e altamente perigoso. Em determinado trecho de um dos filmes (sim, assisti trechos dos filmes e tentei ler os livros, antes de falar mal), a mocinha, abandonada pelo seu príncipe riquíssimo, resolve que vai se expor a situações de risco, pois descobre que dessa forma ele surge para protegê-la. Gente, qual a mensagem disso? Significa que, quanto mais frágil você for, mais perto o macho estará perto de você. Que quanto menos independente você for, menor o risco de perder o seu homem. Bella corre o risco de morrer para não perder o seu protetor.
Pior ainda: Bella não tem qualquer objetivo na vida, nenhuma ambição, nenhum projeto pessoal, nada que lhe agrade realmente fazer. Não possui qualquer dote especial. Quer dizer, sua ambição, e pela qual luta obstinadamente, é ser vampira. E como pretende fazer isso? Unindo-se a um vampiro, apenas isso. Assim como periguetes e marias-chuteiras, que ambicionam ascensão social pelo casamento. Alguém poderia me apontar a diferença?
Sei lá qual o efeito que isso tudo tem sobre o inconsciente das mocinhas. Tenho medo de que uma geração inteira de meninas saia prejudicada com tantos clichês. Que elas se tornem mulheres que, no futuro, pensem que o seu valor está na quantidade de homens que conseguem manipular com sua fragilidade. Sim, porque fragilidade atrai machões, e muitos. Uma mocinha frágil desperta o instinto de virilidade em machos inseguros. E machos inseguros disputam entre si, para provar quem é o melhor. Na realidade, pouco importa a mocinha. Importa provar quem é o mais macho, o mais perfeito.
Mocinhas que são mulheres de verdade não suportam homens que não desejam a seus pés, por isso nunca se vê um mulherão sendo disputado por dois machões. Homens babões incomodam, atrapalham o caminho. Mulheres de verdade sabem o que querem, e dispensam com carinho aqueles que não querem. Porque não precisam de estepes para ampará-las quando se vêem sozinhas. Porque na realidade se viram muito bem sozinhas, e se amam alguém jamais será por dependência.
Só homens de verdade têm coragem de se apaixonar por mulheres de verdade. Porque mulheres de verdade têm objetivos, têm talentos. Produzem, mobilizam. E homens de verdade não temem ser superados. Pelo contrário, admiram ser superados. Homens de verdade não têm tempo a perder com caprichos, porque não querem carregar ninguém, querem andar de mãos dadas. Embora dê muito mais trabalho, já que só homens de verdade sabem que a real virilidade está não só apenas em proteger, mas também em se permitir ser protegido.
Enfim, esse é o meu desabafo feminista. Na verdade, talvez essas mocinhas manipuladoras sejam muito mais felizes que nós, pobres feministas lutadoras. Afinal, existem muito mais machos inseguros do que homens de verdade. Então… que venham mais Bellas Swann!
E qual seria o motivo da histeria? Ah, os meninos, é claro. Opostos e bonitos, cada qual ao seu jeito, capazes de gerar debates femininos sobre quem seria o exemplar masculino perfeito. O musculoso e impulsivo lobinho ou o cavalheiro e sofisticado vampiro. Ambos apaixonados pela adolescente desajeitada e medrosa, disputando o seu amor e por isso mostrando o que de melhor possuem.
Bella Swann é uma mocinha bonitinha, mas não esplendorosa. Não possui nenhum atributo pessoal, nada que a distinga das demais mocinhas. Mas mesmo assim conquista o coração do ricaço misterioso e do fortão dedicado. Ah, o sonho de qualquer adolescente, dois príncipes encantados complementares a seus pés, sem que nada se tenha feito para isso, bastando apenas existir. Existir, com todas as suas inseguranças, medos. Mesmo assim, machos redentores estão ali, dispostos a cuidar de você, protegê-la de todos os perigos, desinteressadamente.
Muito confortável. Confortável e altamente perigoso. Em determinado trecho de um dos filmes (sim, assisti trechos dos filmes e tentei ler os livros, antes de falar mal), a mocinha, abandonada pelo seu príncipe riquíssimo, resolve que vai se expor a situações de risco, pois descobre que dessa forma ele surge para protegê-la. Gente, qual a mensagem disso? Significa que, quanto mais frágil você for, mais perto o macho estará perto de você. Que quanto menos independente você for, menor o risco de perder o seu homem. Bella corre o risco de morrer para não perder o seu protetor.
Pior ainda: Bella não tem qualquer objetivo na vida, nenhuma ambição, nenhum projeto pessoal, nada que lhe agrade realmente fazer. Não possui qualquer dote especial. Quer dizer, sua ambição, e pela qual luta obstinadamente, é ser vampira. E como pretende fazer isso? Unindo-se a um vampiro, apenas isso. Assim como periguetes e marias-chuteiras, que ambicionam ascensão social pelo casamento. Alguém poderia me apontar a diferença?
Sei lá qual o efeito que isso tudo tem sobre o inconsciente das mocinhas. Tenho medo de que uma geração inteira de meninas saia prejudicada com tantos clichês. Que elas se tornem mulheres que, no futuro, pensem que o seu valor está na quantidade de homens que conseguem manipular com sua fragilidade. Sim, porque fragilidade atrai machões, e muitos. Uma mocinha frágil desperta o instinto de virilidade em machos inseguros. E machos inseguros disputam entre si, para provar quem é o melhor. Na realidade, pouco importa a mocinha. Importa provar quem é o mais macho, o mais perfeito.
Mocinhas que são mulheres de verdade não suportam homens que não desejam a seus pés, por isso nunca se vê um mulherão sendo disputado por dois machões. Homens babões incomodam, atrapalham o caminho. Mulheres de verdade sabem o que querem, e dispensam com carinho aqueles que não querem. Porque não precisam de estepes para ampará-las quando se vêem sozinhas. Porque na realidade se viram muito bem sozinhas, e se amam alguém jamais será por dependência.
Só homens de verdade têm coragem de se apaixonar por mulheres de verdade. Porque mulheres de verdade têm objetivos, têm talentos. Produzem, mobilizam. E homens de verdade não temem ser superados. Pelo contrário, admiram ser superados. Homens de verdade não têm tempo a perder com caprichos, porque não querem carregar ninguém, querem andar de mãos dadas. Embora dê muito mais trabalho, já que só homens de verdade sabem que a real virilidade está não só apenas em proteger, mas também em se permitir ser protegido.
Enfim, esse é o meu desabafo feminista. Na verdade, talvez essas mocinhas manipuladoras sejam muito mais felizes que nós, pobres feministas lutadoras. Afinal, existem muito mais machos inseguros do que homens de verdade. Então… que venham mais Bellas Swann!