Vou começar o ano falando de uma das coisas que mais amo fazer: viajar. Afinal, nesta época do ano, é o que todo mundo mais planeja na vida. Até mesmo aqueles que não são lá muito chegados em mudar a rotina, sentem-se na obrigação de viajar, só para não se sentirem losers. Porque, vejam só, Natal, Ano Novo, final e recomeço de ano, é tempo de inovar, encerrar ciclos e iniciar outros.
A obrigação de viajar neste período é tamanha que muita gente se sente frustrada porque não consegue realizar uma viagem bacana. Parece até que existe uma competição entre as pessoas, para ver quem consegue planejar o final de ano mais legal. Torna-se uma neurose tão grande que o que vale é o que você vai contar, as fotos que você vai trazer, como você vai provar que se divertiu horrores.
Bem, já deu para perceber que esta não é uma das minhas épocas favoritas do ano, não? Toda essa obrigação de ser feliz realmente me cansa. Assim como me cansa essa obrigação de viajar quando todos os hotéis estão lotados, as praias intransitáveis, os preços, nas alturas.
Também não me agrada o tipo de viagem que predomina nesta época do ano. Porque o que mais se encontra neste período é aquele viajante que apenas mudou de posição geográfica. Funciona assim: o cidadão diz que ama viajar, planeja tudo, faz as malas e vai. Chega, visita os lugares, paga ingressos, tira fotos e tudo o mais. Só que não sai do seu mundo de jeito nenhum. Vive exatamente como viveria em sua casa, em sua cidade, em seu trabalho. Não sai do mesmo grupo de amigos, dos mesmos assuntos, dos mesmos pensamentos, da mesma rotina. Ou seja, apenas mudou de lugar. Vai voltar exatamente como foi.
Mas ok, cada um vive como bem entende e eu não tenho nada com isso. É que para mim viajar é algo mais. Viajar é desligar-se do próprio mundo e permitir que outros entrem. Conhecer pessoas, ouvir histórias e observar. Descobrir novas maneiras de viver e pensar. Conhecer sabores novos, e perceber que é possível gostar do que não se gostava antes. Concluir que aquilo que parecia tão necessário na maioria das vezes não é. E que conforto é estado de espírito, e não depende de lençóis macios apenas. E que beleza está naquilo que não conhecemos e aprendemos a observar, e não na grandiosidade de monumentos. E que o sabor da comida daquele botequim em que você bate um papinho gostoso com o cozinheiro é um milhão de vezes melhor do que o daquele restaurante badaladíssimo e impessoal em Nova Iorque.
Talvez porque para mim viajar seja tudo isso, e não apenas o ato de conhecer novas paisagens, eu tire poucas fotos. Fotos documentam aquilo que vemos, e não aquilo que sentimos. Tudo aquilo que sentimos e aprendemos numa viagem, fica cravado em nossos corações, mudando nossas vidas pra sempre. E talvez por isso uma grande e luxuosa viagem à Europa traga para mim a mesma felicidade que uma viagem a uma cidadezinha simples cravada entre as montanhas de Minas Gerais. Não é aquilo que documentamos que faz a viagem valer a pena, mas sim aquilo que nos enriquece e nos transforma. Viajar é a chance de experimentar outra vida.
A obrigação de viajar neste período é tamanha que muita gente se sente frustrada porque não consegue realizar uma viagem bacana. Parece até que existe uma competição entre as pessoas, para ver quem consegue planejar o final de ano mais legal. Torna-se uma neurose tão grande que o que vale é o que você vai contar, as fotos que você vai trazer, como você vai provar que se divertiu horrores.
Bem, já deu para perceber que esta não é uma das minhas épocas favoritas do ano, não? Toda essa obrigação de ser feliz realmente me cansa. Assim como me cansa essa obrigação de viajar quando todos os hotéis estão lotados, as praias intransitáveis, os preços, nas alturas.
Também não me agrada o tipo de viagem que predomina nesta época do ano. Porque o que mais se encontra neste período é aquele viajante que apenas mudou de posição geográfica. Funciona assim: o cidadão diz que ama viajar, planeja tudo, faz as malas e vai. Chega, visita os lugares, paga ingressos, tira fotos e tudo o mais. Só que não sai do seu mundo de jeito nenhum. Vive exatamente como viveria em sua casa, em sua cidade, em seu trabalho. Não sai do mesmo grupo de amigos, dos mesmos assuntos, dos mesmos pensamentos, da mesma rotina. Ou seja, apenas mudou de lugar. Vai voltar exatamente como foi.
Mas ok, cada um vive como bem entende e eu não tenho nada com isso. É que para mim viajar é algo mais. Viajar é desligar-se do próprio mundo e permitir que outros entrem. Conhecer pessoas, ouvir histórias e observar. Descobrir novas maneiras de viver e pensar. Conhecer sabores novos, e perceber que é possível gostar do que não se gostava antes. Concluir que aquilo que parecia tão necessário na maioria das vezes não é. E que conforto é estado de espírito, e não depende de lençóis macios apenas. E que beleza está naquilo que não conhecemos e aprendemos a observar, e não na grandiosidade de monumentos. E que o sabor da comida daquele botequim em que você bate um papinho gostoso com o cozinheiro é um milhão de vezes melhor do que o daquele restaurante badaladíssimo e impessoal em Nova Iorque.
Talvez porque para mim viajar seja tudo isso, e não apenas o ato de conhecer novas paisagens, eu tire poucas fotos. Fotos documentam aquilo que vemos, e não aquilo que sentimos. Tudo aquilo que sentimos e aprendemos numa viagem, fica cravado em nossos corações, mudando nossas vidas pra sempre. E talvez por isso uma grande e luxuosa viagem à Europa traga para mim a mesma felicidade que uma viagem a uma cidadezinha simples cravada entre as montanhas de Minas Gerais. Não é aquilo que documentamos que faz a viagem valer a pena, mas sim aquilo que nos enriquece e nos transforma. Viajar é a chance de experimentar outra vida.
Vejo a questão de maneira parecida. Por isso costumo dizer que existe uma diferença entre viajar e fazer turismo. Particularmente, prefiro a primeira.
ResponderExcluirConfissões de menino Ma(rcos). ;)